terça-feira, 3 de abril de 2012

Turismo


Se há sector que contribui de forma significativa para a economia nacional é o turismo. Este sector encontra-se num permanente dinamismo que alavanca muitas outras actividades e sectores que dele dependem cada vez mais.

O Turismo contribui para as exportações talvez como nenhum outro, pois consegue incorporar nas suas diversas ofertas muito pouco de inputs externos (sejam matérias primas, produtos e/ou serviços importados) e portanto poderá conseguir reter a quase totalidade do valor que gera.

Saber promover o nosso país e as suas regiões é uma arte, que compete com os outros tão bons destinos e com outros actores turísticos originários de outras latitudes. A actividade de promoção é uma das actividades que merece maior atenção pois é muitas vezes fonte de despesa não reprodutiva, pois pode-se pensar que se está a canalizar bem os recursos mas desse pretenso investimento não resultar qualquer benefício ou retorno. Esta actividade de promoção turística deve basear-se num esforço permanente em agregar os vários actores, turísticos, culturais e económicos de um determinado destino, limitando a competição entre eles, maximizando a notoriedade desse destino comum.

Numa fase delicada do pinto de vista financeiro, em que actualmente Portugal se encontra, devemos todos unir esforços para contribuirmos para a melhoria contínua da imagem do nosso país, e de todos os seus destinos, deixando em quem nos visita a vontade de cá voltar ou a vontade de nos recomendar a outros, falando bem das experiências que cá puderam disfrutar.

Não podemos assim continuar a desenvolver estratégias individuais de promoção externa, desligadas de quaisquer outras iniciativas de outros agentes, operadores ou actores. Continuar por caminhos individualistas onera mais cada actor, e portanto mais o país e reduz o impacto dos resultados que se conseguiriam alcançar na opção por iniciativas de promoção conjuntas.

Prestar os nossos serviços de uma forma normal, já não é suficiente. Basear a diferenciação da oferta turística no bem receber, e na simpatia dos portugueses, não permite manter e sustentar a curva de crescimento das visitas dos estrangeiros. Basear a nossa competitividade em preços baixos, induz uma imagem de qualidade apenas razoável e portanto passageira, por não ser suficientemente marcante, distinta e única.

Temos de exceder as expectativas. Temos de melhorar a qualidade das nossas ofertas para podermos aumentar os nossos preços em consonância com os novos padrões de qualidade. Temos conteúdos, história e estórias, gastronomia, património, cultura e paisagens, às vezes só temos de as saber melhor bem ‘embrulhar’ e melhor as saber expor para melhor as conseguirmos vender.

Rui Saraiva
Gestor

Publicado In Semanário Grande Porto - In 3 de Abril de 2012