O próximo Orçamento de Estado para
o ano de 2013 avizinha-se medonho nas gigantescas medidas fiscais que vão
assombrar aqueles portugueses que fazem parte da Classe Média.
A Classe Média é aquela cujos
rendimentos obtidos e património detido lhe permitem situar-se acima dos mais
desfavorecidos, dos mais carenciados, daqueles excluídos que padecem de mais
apoios e da solidariedade de toda a demais sociedade e situam-se abaixo
daqueles que são considerados ricos ou muitos ricos.
A Classe Média Portuguesa foi
aquela que que tem contribuído para a boa classificação de Portugal em rankings
internacionais que comparam o grau de desenvolvimento económico e social dos
países. Com o seu poder de compra investiram na educação dos seus filhos e na
melhoria das suas próprias qualificações. Com o seu poder de compra adquiriram
casa própria, financiando-se junto da banca. Com o seu poder de compra
viajaram, fizeram férias, aumentaram o consumo interno contribuindo para a
melhoria do PIB português. Com o seu poder de compra compraram carros,
financiados ou não, e provocaram a corrida dos sucessivos Planos Rodoviários
Nacionais, contribuindo para o crescimento de empresas como a BRISA e a VIA
VERDE. Com o seu poder de compra compraram telemóveis, coleccionaram
telemóveis, permitindo o crescimento de muitas empresas de telecomunicações.
Com o seu poder de compra ligaram-se ao CABO e contrataram serviços
‘TriplePay’, de TV, Internet, telefone e fazem crescer as operadoras de cabo.
Em todos estes gestos foram sempre pagando os seus impostos.
A importância da Classe média +e
por todos os economistas e sociólogos reconhecida como vital a uma qualquer
sociedade.
Quanto maior for a classe média e
consequentemente menores as franjas dos desfavorecidos e dos muito ricos, mais
equilibrada está uma sociedade. Em sentido inverso, quanto menor a dimensão da
classe média numa sociedade mais desigualdades existirão, assentes num aumento
da franja dos muitos muito pobres e dos pouco muito ricos.
A atitude de um governo em através
da aplicação de um programa fiscal que incide quase totalmente sobre a Classe
Média provocando o seu definhamento, enfraquecimento e o seu possível
desaparecimento é de reprovar com severa veemência.
Na vez desse programa fiscal
sufocante devia existir um programa completo de combate à evasão fiscal, de
combate à economia paralela e de combate à fraude devidamente acompanhada de um
aumento da regulação económica e de regulação financeira.
Rui Saraiva
GestorPublicada In Semanário Grande Porto - In 12 de Outubro de 2012