quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ataque à Classe Média


O próximo Orçamento de Estado para o ano de 2013 avizinha-se medonho nas gigantescas medidas fiscais que vão assombrar aqueles portugueses que fazem parte da Classe Média.

A Classe Média é aquela cujos rendimentos obtidos e património detido lhe permitem situar-se acima dos mais desfavorecidos, dos mais carenciados, daqueles excluídos que padecem de mais apoios e da solidariedade de toda a demais sociedade e situam-se abaixo daqueles que são considerados ricos ou muitos ricos.

A Classe Média Portuguesa foi aquela que que tem contribuído para a boa classificação de Portugal em rankings internacionais que comparam o grau de desenvolvimento económico e social dos países. Com o seu poder de compra investiram na educação dos seus filhos e na melhoria das suas próprias qualificações. Com o seu poder de compra adquiriram casa própria, financiando-se junto da banca. Com o seu poder de compra viajaram, fizeram férias, aumentaram o consumo interno contribuindo para a melhoria do PIB português. Com o seu poder de compra compraram carros, financiados ou não, e provocaram a corrida dos sucessivos Planos Rodoviários Nacionais, contribuindo para o crescimento de empresas como a BRISA e a VIA VERDE. Com o seu poder de compra compraram telemóveis, coleccionaram telemóveis, permitindo o crescimento de muitas empresas de telecomunicações. Com o seu poder de compra ligaram-se ao CABO e contrataram serviços ‘TriplePay’, de TV, Internet, telefone e fazem crescer as operadoras de cabo. Em todos estes gestos foram sempre pagando os seus impostos.

A importância da Classe média +e por todos os economistas e sociólogos reconhecida como vital a uma qualquer sociedade.

Quanto maior for a classe média e consequentemente menores as franjas dos desfavorecidos e dos muito ricos, mais equilibrada está uma sociedade. Em sentido inverso, quanto menor a dimensão da classe média numa sociedade mais desigualdades existirão, assentes num aumento da franja dos muitos muito pobres e dos pouco muito ricos.

A atitude de um governo em através da aplicação de um programa fiscal que incide quase totalmente sobre a Classe Média provocando o seu definhamento, enfraquecimento e o seu possível desaparecimento é de reprovar com severa veemência. 

Na vez desse programa fiscal sufocante devia existir um programa completo de combate à evasão fiscal, de combate à economia paralela e de combate à fraude devidamente acompanhada de um aumento da regulação económica e de regulação financeira.

Rui Saraiva
Gestor

Publicada In Semanário Grande Porto - In 12 de Outubro de 2012

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