Um empresário de referência deste país, símbolo do empreendedorismo nortenho, com enorme sucesso empresarial nas várias áreas de negócio em que intervém, e referência da capacidade de gerar riqueza e emprego em Portugal, afirma diversas vezes que um dos principais atributos para o seu sucesso no alcance dos objectivos delineados por si tem sido a coerência entre as suas atitudes e as convicções que afirma.
Ser o primeiro a dar o exemplo. Não profetizar uma coisa, para depois, com desculpas de circunstância, ou com revelações de contextos difíceis, justificar acções divergentes daquelas que de forma plenamente convicta anteriormente defendeu.
A falta de coerência é muitas vezes uma causa, talvez das mais fundamentais, para que não se produzam os resultados que se pretendem alcançar.
É assim na vida pessoal, é assim na vida profissional, é assim na vida política em todo o Mundo.
Nenhum gestor, dirigente, ou político funciona sozinho. Ninguém consegue alcançar sozinho os objectivos de uma empresa, de uma instituição ou de um país. Por muita determinação que tenha, um líder só alcança os resultados se conseguir motivar aqueles que serão os executores da sua Visão assim como de todos aqueles que têm de contribuir para o sucesso das medidas, com alterações profundas de expectativas anteriores.
Para tal é necessário comunicar inicialmente as razões para os novos objectivos, explicar os novos caminhos a serem percorridos e discutir os resultados que se pretendem obter ao longo do difícil percurso traçado. Essa comunicação deve ser clara e transparente, com linguagem acessível e entendível pela maioria, se bem que mais detalhada e mais técnica, direccionada a públicos mais específicos em fóruns devidamente preparados para essa discussão.
Com a adequação dos meios, com a respectiva alocação de recursos humanos e de recursos materiais e com a reunião das competências inerentes às tarefas definidas, deve-se iniciar o percurso proposto, sempre com o acompanhamento da performance, monitorizando os desvios, para corrigir a tempo erros comprometedores do resultado a alcançar. Todo o trajecto deve ser comunicado a ‘pari passo’ aos executores, e a todos aqueles a quem são pedidos ‘sacrifícios’ para alcançar o objectivo último.
A falta de conhecimento do grau de execução, e das etapas melhor ou menos bem sucedidas poderá provocar a desmotivação, ou o afastamento face aos compromissos.
Mas, mais grave do que isso é serem descobertas incoerências de execução, é serem conhecidas pós-facto a autorização de excepções não devidamente explicadas.
Essas incoerências são a chave do insucesso do líder !
In Semanário Grande Porto em 11 de Fevereiro de 2011
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