A performance macro-económica dos países baseia-se na análise de indicadores apelidados de Balanças, entre outras a Balança Comercial, a de Transacções Correntes, ou a de Pagamentos.
Ora estes indicadores revelam o saldo entre as transacções de cada país com o exterior, como sejam a diferença entre as importações e as exportações de mercadorias, ou entre os recebimentos e pagamentos de recursos financeiros. É, deste último, exemplo o recebimento das remessas de emigrantes e o repatriamento das remessas dos imigrantes.
Nas últimas semanas, têm-se intensificado as declarações tendo em vista impulsionar as empresas e agentes económicos para o aumento das exportações, tendo mesmo sido apresentado publicamente um programa para o seu incentivo e financiamento.
Números recentes do INE revelam que as exportações subiram no 4º Trimestre de 2010 mais de 15% em relação ao ano anterior.
Na realidade o resultado continua muito desfavorável ao nosso país. As exportações não conseguem compensar em valor o peso das importações.
Portugal ainda exporta essencialmente calçado, vestuário, têxtil lar, mobiliário, alguns produtos agrícolas como a famosa cortiça, em menor dimensão o vinho e o azeite, automóveis da unidade de Palmela da AutoEuropa e começa a revelar números simpáticos na exportação de alguma tecnologia como computadores e equipamentos GPS, electricidade de fontes renováveis, combustíveis refinados, também software, design e mesmo conhecimento.
Aumentar as exportações significa conseguir que o tecido económico se regenere, se concentre ou se associe para ganhar dimensão que lhe permita penetrar nos mercados externos, reduzindo custos de promoção e de representação comercial, assim como limitar o risco contido nessas exportações.
Mas o equilíbrio deste indicador, consegue-se não apenas com o aumento do peso de um dos lados, ou seja o aumento das exportações, como também com a redução das importações.
Esquecer ou mesmo desvalorizar este facto que é a necessidade suprema da redução das importações, até pela actual crise nos mercados internacionais de bens alimentares e do seu rápido e excessivo encarecimento, é caminhar metade de um percurso sem nunca conseguir chegar ao destino pretendido.
Os teóricos da economia têm razão, quando apelidaram estes indicadores de ‘Balanças’ para que qualquer decisor nunca se esqueça que elas são compostas por dois pratos, aos quais se deve dar igual relevo e importância, no sentido do seu correcto equilíbrio, sob pena da excessiva dependência face ao exterior, que tem de adquirir as nossas exportações, e do qual dependemos para nos alimentarmos.
In Semanário Grande Porto - em 18 de Fevereiro de 2011
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