sexta-feira, 4 de março de 2011

Pessimismo, Realismo, Optimismo

Perante um ano difícil, cada um de nós tende a preparar-se para o enfrentar de uma forma diametralmente diferente dos outros.

Os pessimistas vêm tudo ‘pintado de negro’ à sua frente, sem qualquer perspectiva de solução positiva, independentemente do tema, seja na vida pessoal, seja na actividade profissional. Para estes mais vale estar quieto, quedo, parado no lugar que já ocupa. Afirmam que devem é minimizar as perdas que se avizinham, e se para tal o melhor é parar, então essa é uma forma de garantir que pelo menos ficam com o que já têm. Nunca ousar, sequer pensar em dar um passo, apenas evitar danos maiores, pois alguns serão decerto uma certeza.

Os realistas, fazem uma sucessão de diagnósticos correctíssimos acerca do contexto social, económico, político e até ambiental. Explicam de forma exaustiva o que se está a passar e são detalhados na explicação das possíveis causas para o que ocorreu. Têm absoluta necessidade de tudo conhecerem e saberem, para estarem certos do que de facto está a acontecer. São os que não aceitam dar um passo, não sem antes saberem com toda a certeza do mundo, usando de todos os instrumentos possíveis e conhecidos, qual a realidade que os envolve.

Os Optimistas acham que tudo não passa de uma fase menos boa, que vai demorar pouco tempo a passar afirmando mesmo que no final do ano, vamos vislumbrar já sinais de crescimento económico e de retoma da actividade. Para estes um novo ano é sinal de novos tempos, de novas oportunidades, de esperanças redobradas, de caminhos novos que poderão ser iniciados. Dão passos determinados, mesmo que sejam sem direcção certa. Para eles dar passos é o fundamento da sua existência.

Qualquer uma destas atitudes é legítima, são elas resultado da aprendizagem e de tudo o que nos circunstanciou, esculpindo e moldando ao longo dos anos a nossa personalidade e nosso carácter.

No entanto, nenhuma destas formas de enfrentar o futuro deve ser absoluta.
Não devemos é temer o nosso futuro, porque dele não podemos fugir, e o que o determina são as nossas acções ou omissões. Por vezes, fazer algo é a melhor opção, e outras nada fazer também o é. Nunca assumir uma ou outra postura para todo o sempre, insistindo na imutabilidade da decisão tomada, por simples teimosia, ou crença absoluta da certeza da opção tomada.
Não há receita perfeita, devemos é contribuir para que o futuro seja mais justo, solidário, equilibrado, honesto, fraterno e sustentável, tanto para os que hoje cá estão, como para os que, no nosso futuro, viverão o seu presente.

In Semanário Grande Porto em 4 de Março de 2011

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