Em 14 de Julho de 1789 com a ‘Tomada da Bastilha’ a sociedade francesa levanta-se contra a monarquia que regia mal os seus destinos e promove a mudança do sistema político na França de então. Iniciava-se um processo de democratização que iria ter reflexos em todo o mundo, com a deposição de muitas monarquias ou a adaptação das monarquias a regimes democráticos de base parlamentar que passam a coexistir com governos eleitos pelos cidadãos. O papel dos cidadãos passa a ter um novo significado, e o novo Estado passa a conter no seu código genético a aplicação dos princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade dos seus cidadãos plasmados na primeira Constituição Francesa de 1791.
A História deve ser sempre revisitada para nos iluminar os caminhos do nosso futuro.
Estamos perante uma crise política, não porque teremos em breve eleições legislativas, mas porque não conseguimos definir o que pretendemos do que apelidamos de Estado.
Temos todos sentido o Estado a avançar aos soluços, com dificuldades próprias em respirar, e com dificuldades em nos orientar num mesmo percurso, fazendo com que assumamos um objectivo comum a todos.
Em Portugal ainda temos demasiado Estado, mais pelo que deixamos nas suas mãos para a decisão que faz dos nossos destinos. É ao Estado que achamos que cabe a iniciativa, é no Estado que procuramos emprego, é ao Estado que procuramos como cliente das nossas iniciativas empresariais, é no Estado que colocamos todas as culpas quando tudo nos corre mal.
Até agora o papel dos cidadãos foi ficando insignificante e a aquela iniciativa privada totalmente independente do Estado e dele totalmente desligada constitui uma verdadeira excepção.
E o Estado também se acomodou a esse estado de coisas, gostou de ser assim querido, gostou da importância que lhe foram dando, e cresceu, não só no tamanho da sua barriga, mas fundamentalmente na altura do seu pescoço altivo.
O Estado deve refocar-se apenas no essencial que são uma ‘Escola Pública’ que promova a igualdade de oportunidades, um ‘Sistema de Saúde Pública’ que assegure os cuidados de saúde essenciais a toda a população e um ‘Sistema de Segurança Social Pública’ que assegure sobretudo a protecção dos mais fracos e necessitados.
Quero um Estado que cumpra efectivamente o seu papel de redistribuidor da riqueza, que não seja o principal empregador, que não seja o principal cliente de bancos, e que não seja o principal cliente de empresas.
É este o Estado que quero, é este o Estado que defendo, é por este Estado que estou disposto a lutar como cidadão.
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